quarta-feira, 29 de julho de 2015

terça-feira, 28 de julho de 2015

A cientista que curou seu próprio cérebro

                                  
Jill Bolte Taylor estava acostumada a tratar pacientes acometidos de derrame. Até o dia em que foi vítima de um.

Em seu livro, ela chama a atenção para a importância do SONO, pós-AVC:

"Ao longo de vários anos, se não respeitasse a necessidade de sono de meu cérebro, meus sistemas sensoriais experimentavam sofrimento intenso e eu me sentia psicológica e fisicamente debilitada. Acredito que, se houvesse sido posta em um centro de reabilitação convencional, onde teria sido forçada a ficar acordada diante de uma televisão ligada, alerta pela administração de Ritalin, e submetida a uma reabilitação planejada por outra pessoa, teria escolhido me desligar mais e me esforçar menos. Para minha recuperação, foi de suma importância que se respeitasse o poder de cura do sono. Sei que várias metodologias são praticadas nos diversos centros de reabilitação existentes no país, mas defendo fielmente os benefícios do sono, sono, sono, e mais sono, intercalado por períodos de aprendizado e desafio cognitivo." pág. 111

PROBLEMAS COMUNS PÓS-AVC

Existem  vários problemas ou incapacidades que os sobreviventes de AVC terão que enfrentar nas primeiras semanas após sofrerem de um AVC. A maioria destas irão melhorar ao longo do tempo à mediada que o cérebro recupera. Em casos severos, poderão causar incapacidades a longo termo.

Fraqueza ou paralisia

Fraqueza, imperícia ou paralisia (hemiplagia) são um dos sintomas mais comuns e reconhecíveis de um AVC. Geralmente acontece num lado do corpo. A fraqueza ou paralisia de um braço ou perna é muitas vezes agravada pela rigidez (espasticidade) dos músculos e articulações. 

Equilíbrio

A perda de equilíbrio pode ser causada por danos na parte do cérebro que controla o equilíbrio. Ou pode acontecer devido à paralisia consequente da fraqueza muscular.

Engolir

Cerca de 50% das pessoas têm dificuldades de deglutição após o AVC (disfagia). Isto pode ser perigoso se os alimentos 'forem pelo sentido errado' e descerem pela traqueia. Algumas pessoas poderão necessitar de espessantes para auxiliar a sua alimentação durante algum tempo.

Sono e Cansaço

A maioria das pessoas sofrem de um cansaço extremo (fadiga) nas primeiras semanas após o AVC. Muitas também têm dificuldades de sono, o que as faz sentirem ainda mais cansadas.

Discurso e linguagem

Muitas pessoas sofrem de problemas de discurso e compreensão, e de leitura e escrita. Esta dificuldade com a linguagem designa-se de disfasia (também conhecida por afasia).

Quando uma pessoa tem dificuldades em perceber o que lhe está a ser dito, sofre de disfasia de recepção. Algumas vezes, uma pessoa pode perceber o que lhe está a ser dito mas não consegue encontrar as palavras certas para expressar o que quer dizer - neste caso sofre de disfasia de expressão. Normalmente as pessoas sofrem de um misto destes tipos de disfasia.

A disfasia é mais comum nas pessoas que sofreram um AVC no lado esquerdo do cérebro.

Visão

Um AVC pode danificar partes do cérebro que recebem, processam e interpretam informação que os olhos emitem. Algumas vezes, pessoas que sofreram um AVC poderão ter visão dupla ou perder metade do seu campo de visão - podem ver tudo para um lado, mas são cegos do outro.

Isto pode causar alguma atrapalhação e evidente comportamento estranho (tal como não comer a comida de um lado do prato).

Percepção e Interpretação

As pessoas poderão ter dificuldade em reconhecer objectos familiares ou saber como os usar. Também poderão ter problemas com algumas capacidades, por exemplo como dizer as horas já que o cérebro não consegue interpretar o que os olhos vêem.

Processos mentais

Um AVC frequentemente causa problemas com os processos mentais tais como, pensar, aprender, concentrar, relembrar, tomar decisões, raciocinar e planear. As pessoas podem perder a memória a curto prazo, o que torna mais difícil de prestar atenção e de se concentrarem.

Bexiga e Intestinos

Dificuldades de controlo da bexiga e dos intestinos (incontinência) não são invulgares após o AVC. A maioria das pessoas volta a ganhar este controlo em poucas semanas.

Alterações de Humor

Oscilações de humor são muitos prováveis após o AVC. A depressão, tristeza, raiva, ansiedade, baixa auto-estima e perda de confiança são muito comuns. Às vezes as pessoas têm dificuldades em controlar as suas emoções e podem chorar ou rir em ocasiões inapropriadas. O seu comportamento poderá parecer fora ou deslocado da sua normalidade.

Sensação

Algumas pessoas têm problemas relacionados com a sensação - ou sentem pouco ou sentem muito. Poderão ser sensíveis às cores, sons e luz. Ou poderão não sentir sensações dolorosas como o calor ou objectos afiados, os quais poderão causar acidentes e lesões.

Dor

A dor pode ser provocada pelo AVC (por exemplo, dor no ombro e espasticidade), ou pode ser causada por problemas que a pessoa teve antes e que o AVC os agravou.

Recuperação de um AVC requer tempo

Após um surto inicial de recuperação nas primeiras semanas, o processo de recuperação é muito gradual. Pode demorar mais de um ano para que uma pessoa tenha feito a recuperação da melhor forma possível, e em alguns casos continuam a melhorar durante um período muito mais longo.

Fonte: http://associacaoavc.pt/Informacao/Menu1/Page8.php

Postado por: Viviane da Rosa, socióloga

AVC É UMA EMERGÊNCIA MÉDICA


AVC OU DERRAME CEREBRAL

O Acidente Vascular Cerebral decorre da  altração do fluxo de sangue ao cérebro. Responsável pela morte de células nervosas da região cerebral atingida, o AVC pode se originar de uma obstrução de vasos sanguíneos, o chamado acidente vascular isquêmico, ou de uma ruptura do vaso, conhecido por acidente vascular hemorrágico.

 - Acidente vascular isquêmico ou infarto cerebral: responsável por 80% dos casos de AVC. Esse entupimento dos vasos cerebrais pode ocorrer devido a uma trombose (formação de placas numa artéria principal do cérebro) ou embolia (quando um trombo ou uma placa de gordura originária de outra parte do corpo se solta e pela rede sanguínea chega aos vasos cerebrais).

Ataques isquêmicos transitórios, como o próprio nome indica, corresponde a obstruções temporárias do sangue a uma determinada área do cérebro. Geralmente, originada do acúmulo de plaquetas agregadas em placas nas paredes dos vasos ou formação de coágulos no coração. Os sinais e sintomas desse ataque são os mesmos do AVC, contudo tem duração de poucos minutos e deve servir de alerta para que o paciente procure assistência médica imediatamente, pois nesses casos o risco de um AVC é iminente.

 - Acidente vascular hemorrágico: o rompimento dos vasos sanguíneos se dá na maioria das vezes no interior do cérebro, a denominada hemorragia intracerebral. Em outros casos, ocorre a hemorragia subaracnóide, o sangramento entre o cérebro e a aracnóide (uma das membranas que compõe a meninge). Como conseqüência imediata, há o aumento da pressão intracraniana, que pode resultar em maior dificuldade para a chegada de sangue em outras áreas não afetadas e agravar a lesão. Esse subtipo de AVC é mais grave e tem altos indices de mortalidade.

Sintomas e sinais de alerta

Muitos sintomas são comuns aos acidentes vasculares isquêmicos e hemorrágicos, como:

  • Dor de cabeça muito forte, de instalação súbita, sobretudo se acompanhada de vômitos.
  • Fraqueza ou dormência na face, nos braços ou nas pernas, geralmente afetado um dos lados do corpo;
  • Paralisia (dificuldade ou incapacidade de movimentação);
  • Perda súbita da fala ou dificuldade para se comunicar e compreender o que se diz;
  • Perda da visão ou dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos.

Outros sintomas do acidente vascular isquêmico são tontura, perda de equilíbrio ou de coordenação. Os ataques isquêmicos podem manifestar-se também com alterações na memória e da capacidade de planejar as atividades diárias, bem como a negligência. Neste caso, o paciente ignora objetos colocados no lado afetado, tendendo a desviar a atenção visual e auditiva para o lado normal, em detrimento do afetado.

Aos sintomas do acidente vascular hemorrágico intracerebral podem-se acrescer náuseas, vômito, confusão mental e, até mesmo, perda de consciência. O acidente vascular hemorrágico subaracnóide, por sua vez, comumente é acompanhado por sonolência, alterações nos batimentos cardíacos e freqüência respiratória e eventualmente convulsões.

O que faço se tiver um avc?

O AVC é uma emergência médica. Se achar que você ou outra pessoa está tendo um, é preciso:

  • Dirigir-se com urgência ao serviço de emergência do hospital mais próximo para um diagnóstico completo e tratamento;

Tratamento imediato

Quanto mais cedo o paciente for atendido melhor o prognóstico e maior as chances de sobrevivência.

Um importante avanço no tratamento do acidente vascular cerebral isquêmico foi o desenvolvimento de novas terapias capazes de dissolver o coágulo, como os trombolíticos, e restaurar o fluxo sangüíneo para o cérebro. Alguns tratamentos funcionam melhor se administrados até três horas após o início dos sintomas.  O tratamento da hemorragia cerebral tambem é mais eficiente quando o paciente tem atendimento nas primeiras horas.

Infelizmente, a maioria dos pacientes não chega ao hospital em tempo de receber essas formas de terapias. De qualquer modo, todo paciente deve ser encaminhado ao hospital o mais rapidamente possível, para receber tratamento apropriado. Os procedimentos diagnósticos realizados no hospital são fundamentais para diferenciar o Acidente Vascular Cerebral de outras doenças igualmente graves e com sintomas semelhantes.

AVC É UMA EMERGÊNCIA MÉDICA

Enquanto novas terapias oferecem a possibilidade de um melhor tratamento para os pacientes com AVC, o desconhecimento dos sinais desta doença pelo público constitui o principal entrave para garantir maiores chances de êxito. O tratamento precoce do AVC na fase aguda é considerado essencial, mas só poderá alcançar sucesso quando a população e os serviços de emergência forem conscientizados da necessidade de se identificar rapidamente os sintomas e sinas do AVC, como acontece no infarto agudo do miocárdio.

OS CENTROS DE TRATAMENTO DE AVC E A PRESENÇA DO NEUROLOGISTA.

Para que o tratamento do AVC alcance os melhores resultados o paciente deve ser atendido por uma equipe multidisciplinar treinada e coordenada pelo neurologista com experiencia em AVC. Esse serviço deve funcionar vinte e quatro horas por dia durante os sete dias da semana. Esse centro deve possuir laboratório de emergência, serviço de tomografia computadorizada ou ressonância magnética e um apoio de uma unidade de tratamento intensivo (UTI). 

Nessas circunstâncias, ou seja, o atendimento em centros de AVC oferece melhores resultados pois o uso sobretudo das novas técnicas de tratamento na fase aguda requer rigorosos protocolos de segurança.   

É fundamental que as autoridades de saúde e diretores de hospital onde se atende AVC formem equipes para organização do tratamento.

AVC: Indício de outras doenças

Em pessoas que já sofreram um Acidente Vascular Cerebral há a possibilidade de existirem outras artérias, de diferentes partes do organismo, com coágulos e predisposição ao entupimento. Por isso elas possuem maiores chances de desenvolverem outros problemas de saúde. Essa é uma das conclusões do registro observacional REACH, que vem sendo conduzido em mais de 68 mil pacientes, em 44 países do mundo, inclusive no Brasil, para avaliar o perfil de risco de pacientes com alto risco de sofrer eventos aterotrombóticos, como infarto agudo do miocárdio, AVC e doença arterial periférica.

O registro mostrou que dos 19 mil pacientes avaliados que sofreram derrame, 40% também tiveram problemas em outras regiões vasculares, como no coração e nos pulmões. Um levantamento feito pela International Stroke Society (ISS) aponta para a mesma direção. Em torno de 15% dos pacientes que tiveram um AVC poderão falecer ou ser hospitalizados em decorrência de problemas nas artérias, como infarto ou um novo AVC, num período de um ano.

Fatores de risco

A maioria dos fatores de risco para AVC são passíveis de intervenção, portanto é possível se fazer um tratamento preventivo. A chamada prevenção primária.

Entre os fatores de risco que podem ser modificados destacam-se:

  • Hipertensão;
  • Diabetes;
  • Tabagismo;
  • Consumo freqüente de álcool e drogas;
  • Estresse;
  • Colesterol elevado;
  • Doenças cardiovasculares, sobretudo as que produzem arritmias;
  • Sedentarismo;
  • Doenças hematológicas.

Existem contudo fatores que podem facilitar o desencadeamento de um Acidente Vascular Cerebral e que são inerentes à vida humana, como o envelhecimento. Pessoas com mais de 55 anos possuem maior propensão a desenvolver o AVC. Características genéticas, como pertencer a raça negra, e história familiar de doenças cardiovasculares também aumentam a chance de AVC.

Esses indivíduos portanto devem ter mais atenção e fazer avaliações médicas mais frequentes.

Reabilitação

Parte importante do tratamento, o processo de reabilitação muitas vezes começa no próprio hospital, afim de que o paciente se adeque mais facilmente a sua nova situação e restabeleça sua mobilidade, habilidades funcionais e independência física e psíquica. Esse processo ocorre quando a pressão arterial, o pulso e a respiração estabilizam, muitas vezes um ou dois dias após o episódio de Acidente Vascular Cerebral.

Um dos focos iniciais é evitar a espasticidade, rigidez nos músculos que pode provocar deformações que impedem o paciente de executar alguns movimentos. Essas deformidades formam-se a partir do permanecimento em posturas erradas devido à dificuldade de movimento..

O processo de reaprendizagem exige paciência e obstinação do paciente e, também, do seu cuidador que tem uma função extremamente importante durante toda a reabilitação. Ele é fundamental e o responsável e por dar os remédios nas horas corretas, em vista da possibilidade de esquecimento decorrente de alterações na memória.

Baseado na plasticidade cerebral, capacidade do cérebro de destacar células nervosas sadias para realizar funções de células danificadas, muitas técnicas utilizadas durante a reabilitação. Com isso, é possível grande recuperação dos membros lesionados.

Outro aspecto de considerável importância é a reintrodução no indivíduo no convívio social, seja por meio de leves passeios, compras em lojas ou quaisquer atividades comuns à rotina normal do paciente.  Essa orientação é fornecida pelo Terapeuta Ocupacional outro profissional muito importante na reabilitação do paciente.

CONCLUSÕES

  1. AVC É UMA DOENÇA PREVENÍVEL E PARA ISSO DEVE-SE INTERVIR NOS FATORES DE RISCO.
  2. AVC PODE SER REVERTIDO, SE O PACIENTE É ATENDIDO IMEDIATAMENTE OU NAS PRIMEIRAS TRÊS HORAS.
  3. É POSSÍVEL ALCANÇAR UMA REABILITAÇÃO ADEQUADA.

Fonte: http://www.cadastro.abneuro.org/site/publico_avc.asp

Postado por: Viviane da Rosa, socióloga

sexta-feira, 24 de julho de 2015

DECLARAÇÃO DE JOINVILLE SOBRE AVC

Os signatários desta declaração, conscienciosos da sua responsabilidade profissional, ética e de cidadania, e conhecedores das seguintes informações:

1. Dados incontestáveis que mostram que o acidente vascular cerebral,conhecido por muitos como "derrame", é hoje a maior causa de mortes no Brasil;

2. Que boa parte dos sobreviventes de um acidente vascular cerebral (AVC) corre o risco de conviver com a dependência funcional, que restringe ou impede a execução de atividades do dia a dia e condena a uma menor participação do indivíduo na vida familiar e em sociedade;

3. Que o envelhecimento inexorável da população brasileira e o grande número de brasileiros que hoje convivem com a pressão alta, o diabetes, o hábito de fumar, o excesso de peso e outros fatores de risco apontam para um crescimento do impacto do AVC nas estatísticas de saúde do nosso país nos próximos anos;

4. Que evidências científicas também incontestáveis demonstram que intervenções específicas e bem conhecidas podem evitar mortes e incapacidade por AVC;

5. Que a intervenção conhecida como "unidade de AVC" de tal forma aumenta as chances de que uma vítima da doença deixe o hospital e volte para casa com condições de executar as suas tarefas e viver com independência, que muitos países definiram metas para que todos os seus cidadãos vitimados pelo AVC recebam este tipo de tratamento;

6. Que as unidades de AVC constituem o componente essencial e integrado de um cuidado continuado, que deve começar na prevenção muitos anos antes de uma pessoa sofrer a doença,

7. Que o cuidado continuado deve enfatizar estratégias para promover a reabilitação interdisciplinar daqueles com algum prejuízo funcional;

8. Que o cuidado continuado requer conhecimentos e sua disseminação, organização, treinamento, integração de esforços e iniciativas declaram:

1. Que o AVC deve ser considerado prioridade de saúde nacional;

2. Que, no que se refere aos pacientes que tiveram ou estão sob grande risco de apresentar um AVC, a construção de uma rede assistencial e de um cuidado continuado é a única estratégia que hoje permite garantir o "acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde", como prevê a Constituição Brasileira de 1988;

3. Que a construção desta rede assistencial de cuidado continuado deve ter início com o consenso e o comprometimento político de todos os agentes envolvidos: gestores do Sistema Único de Saúde a nível municipal, estadual e federal, profissionais de saúde; provedores de assistência à saúde, segmentos da sociedade organizada e toda a comunidade em geral;

4. Que a criação de unidades de AVC deve ser uma prioridade para todos os hospitais que cuidam desses pacientes;

5. Que sejam estabelecidos padrões nacionais de acreditação e de acompanhamento de indicadores de qualidade nas unidades de AVC criadas;

6. Que os pacientes tenham acesso à reabilitação interdisciplinar;

7. Que estratégias sejam delineadas para que cada unidade de AVC criada possa ser um pólo de educação para profissionais de saúde e membros da comunidade, com o objetivo de fomentar a criação de novas unidades de AVC;

8. Que a integração com as equipes de saúde da família deve ser o elemento chave para garantir a continuidade do cuidado, que começa na prevenção primária, com o controle dos fatores de risco, comuns a todas as doenças cardiovasculares, incluindo o infarto do miocárdio e a doença arterial periférica;

9. Que a incorporação de novas tecnologias e intervenções complexas e de alto custo deve ser feita de modo criterioso;

10.Que sejam fomentados estudos epidemiológicos para viabilizar os dados de incidência, mortalidade e letalidade;

11.Que este comprometimento político possa ser traduzido na prática como mecanismos sustentáveis de financiamento e estratégias claras para a implementação das propostas apresentadas.

Joinville, 20 de Outubro de 2007

VI Congresso Brasileiro de Doenças Cerebrovasculares

Declaração Joinville com Assinaturas

Fonte: Associação Brasil AVC, http://www.abavc.org.br



quinta-feira, 23 de julho de 2015

GUIA DE PRODUTOS DE APOIO LOW-COST

No site Portugal Acessível (http://www.portugalacessivel.com) encontrei o GUIA DE PRODUTOS DE APOIO LOW-COST. Trata-se de um guia completo de produtos que podem ser feitos gastando-se pouco e que são extremamente úteis para pessoas com alguma dificuldade de mobilidade, ou dificuldades para realizar suas atividades de vida diárias (AVDs).


http://www.portugalacessivel.com/files/Guia_Produtos_de_Apoio_Low-Cost.pdf

quinta-feira, 16 de julho de 2015

EVOLUÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL NUM DOENTE COM DISFAGIA NO PÓS-AVC



Interessante estudo de caso sobre DISFAGIA (dificuldade de deglutir)
:
http://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/54587/3/130996_0962TCD62.pdf

ORGANIZAÇÃO SEM BARREIRAS E ARASSAC (AUXÍLIO À AFASIA)

Foi no site da Organização Sem Barreiras (http://sembarreiras.org/) que encontrei a ARASSAC (Portal de Aragonês de Comunicação Alternativa e Ampliada). Lá encontram-se pictogramas (representações de objetos e conceitos traduzidos em uma forma gráfica extremamente simplificada, mas sem perder o significado essencial do que se está representando) que podem ser utilizados para estimular pessoas que tiveram um AVC e como sequela algum tipo de AFASIA (enfraquecimento ou perda do poder de captação, de manipulação e por vezes de expressão de palavras como símbolos de pensamentos, em virtude de lesões em alguns centros cerebrais e não devido a defeito no mecanismo auditivo ou fonador).

Ir para a página inicial
Portal Aragonês de Comunicação Alternativa e Ampliada

DIRETRIZES DE ATENÇÃO À REABILITAÇÃO DA PESSOA COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

A elaboração das diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com acidente vascular cerebral (AVC) foi indicada pelo Ministério da Saúde como necessidade para a qualificação do cuidado em reabilitação da pessoa com AVC no âmbito do Sistema Único de Saúde.

O material foi concluído em 2013. Trata-se de uma excelente fonte de informações em reabilitação e deveria ser seguida com atenção pelos profissionais da área. Ao mesmo tempo, serve de apoio às pessoas que sofreram um AVC e seus familiares, na busca de uma recuperação mais plena o possível.

A ASSOCIAÇÃO AVC EM BARCELOS, PORTUGAL

A Associação AVC (http://www.associacaoavc.pt) surgiu em Portugal, em 16 de julho de 1993, em Barcelos e tem como objetivo principal apoiar doentes com AVC e suas famílias.


No site da Associação estão disponíveis diversas informações sobre o assunto e downloads de materiais bem interessantes e importantes:

Mai vale prevenir...o Acidente Vascular Cerebral é primeira causa de morte em Portugal: http://www.associacaoavc.pt/images/downloads/pdfs/AAVC_A4__Institucional_P.pdf

Efeitos Psicológicos do Acidente Vascular Cerebral: http://www.associacaoavc.pt/images/downloads/pdfs/zA4_Psicologicos_P.pdf

Problemas de Comunicação Após um Acidente Vascular Cerebral: http://www.associacaoavc.pt/images/downloads/pdfs/AAVC_AAVC_A4_Comunicacao_P.pdf

Problemas Cognitivos depois de um Acidente Vascular Cerebral: http://www.associacaoavc.pt/images/downloads/pdfs/bA4_Cognitivos_P.pdf






REABILITAÇÃO APÓS AVC

Reabilitação após AVC

A reabilitação ajuda você a recuperar habilidades perdidas em consequência de um acidente vascular cerebral. Saiba o que é a reabilitação após AVC e o que esperar dela.

By Emily Gurnon, Escritor contribuinte.
Revisão médica: Giselle HPR Diniz.

Reabilitação após AVC

Dados recentes mostram que o AVC, ou o derrame, como muitas vezes é chamado, é a segunda causa de mortalidade no mundo. De acordo com o DATASUS, em 2009, 160.621 pessoas foram internadas por doenças cerebrovasculares, sendo que a taxa de mortalidade foi de 51,8 a cada 100.000 habitantes. Para aqueles que sobrevivem, a reabilitação ajuda a superar a deficiência causada pelo derrame e pode promover uma maior independência. Alguns estudos têm mostrado que o cérebro tem a capacidade de compensar a função perdida devido a um AVC. Em alguns casos, uma parte do cérebro assume as funções que a parte danificada não consegue mais desempenhar.

 

Se você está se recuperando de um acidente vascular cerebral, quando estiver bem o suficiente, o médico provavelmente vai encaminhá-lo para um serviço de reabilitação. Você pode fazer isso em um hospital ou centro de reabilitação, em uma unidade de cuidados de longa permanência, um ambulatório ou ainda em sua própria casa, com os profissionais adequados. A localização das sessões de reabilitação depende de suas necessidades.

Como a reabilitação pode me ajudar?

Recuperar-se de um AVC é um trabalho árduo. Você pode precisar de reabilitação por semanas, meses ou até mesmo anos. Mas há muitos profissionais que podem ajudá-lo a voltar a ter uma vida mais normal.

 

Dependendo de suas necessidades, os profissionais de saúde irão trabalhar nas seguintes áreas:

 

Linguagem, fala e memória. Algumas pessoas têm dificuldade de falar depois de um acidente vascular cerebral. Você pode não conseguir encontrar as palavras certas ou montar frases completas. Outros podem ter dificuldade em entender o seu significado. Também pode ser difícil para você ter um pensamento claro ou se lembrar das coisas. Fonoaudiólogos podem ajudá-lo com esses desafios.

 

Problemas musculares e nos nervos. Um acidente vascular cerebral pode afetar apenas um lado, ou parte de um lado do corpo. Você pode ficar paralisado ou muito fraco no lado afetado. Isso pode levar a quedas perigosas. Fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais especializados irão ajudá-lo a reaprender como se vestir, andar, comer e tomar banho. Eles vão trabalhar com você para alongar e fortalecer os músculos.

 

Bexiga e problemas intestinais. Algumas pessoas perdem o controle das funções da bexiga e do intestino após um acidente vascular cerebral por causa de danos a determinados músculos e nervos. Você também pode sentir como se quisesse urinar, mesmo estando com a bexiga vazia. Especialistas podem abordar estas questões. Existem medicamentos que também podem ajudar.

 

Deglutição e problemas alimentares. Não é incomum ter dificuldade para engolir, após um AVC. As pessoas com este problema podem engasgar ou tossir enquanto comem. Um fonoaudiólogo pode trabalhar com você nisso.

 

Problemas emocionais. Recuperar-se de um acidente vascular cerebral pode ser frustrante e lento. Seu humor pode mudar rapidamente, e seu comportamento e julgamento podem não ser o que eram antes do AVC. É natural sentir-se ansioso, assustado e deprimido. Converse com sua equipe de saúde. Você pode precisar de um psicoterapeuta. Participar de um grupo de apoio a outras vítimas de derrame também pode ser benéfico.

Reabilitação pode evitar um segundo AVC?

Parte da reabilitação lhe ensinará quais são seus fatores de risco para evitar um outro AVC. Alguns deles, como os que você herdou de sua família, não podem ser alterados. Mas muitos podem. Você pode reduzir muito este risco, da seguinte maneira:

  • Pare de fumar, se estiver fumando. Evite também o fumo passivo.
  • Faça uma dieta saudável. Pergunte ao seu médico sobre o tipo de dieta mais adequada.
  • Mantenha um peso saudável. Seu médico pode ajudá-lo a determinar qual o seu peso saudável.
  • Seja fisicamente ativo. Converse com seu médico para determinar um nível seguro de atividade física.
  • Seu médico também pode ajudar a controlar quaisquer condições clínicas que aumentem o risco, como hipertensão arterial, diabetes, colesterol elevado, doença arterial periférica ou carotídea e doenças cardíacas de maneira geral.
 
FONTES:
 
- Almeida SEM. Análise epidemiológica do Acidente Vascular Cerebral no Brasil. Rev Neurocienc.2012;20(4):481-482.
- Pontes-Neto OM, Silva GS, Feitosa MR, de Figueiredo NL, Fiorot JA, Rocha TN, et al. Stroke awareness in Brazil. Stroke 2008;39:292-6. http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107.493908
- Ministério da Saúde/SE/Datasus (endereço na internet).Local: Sistema de Informações Hospitalares do SUS – SIH/SUS IBGE: base demográfica. (atualizado em: 12/2010) Disponivel em: http://www2.datasus.gov.br/DATASUS.
- National Heart, Lung, and Blood Institute. What is a stroke?
- National Stroke Association. Rehabilitation therapy after stroke.
- American Stroke Association. Post-stroke rehabilitation.


INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE AVC

A cada ano, cerca de seis milhões de pessoas morrem de acidente vascular cerebral (AVC), sendo essa a primeira causa de morte e incapacidade no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares (SBDCV) e Academia Brasileira de Neurologia (ABN). "O AVC, que atualmente é chamado de AVE (acidente vascular encefálico), ocorre quando existe a interrupção da oferta de oxigênio e nutrientes em um território do cérebro, cerebelo ou tronco cerebral", explica o cardiologista Rafael Munerato, do laboratório Pasteur. Essa interrupção pode ocorrer devido a um entupimento, que é o AVC isquêmico, ou rompimento de um vaso, caso do AVC hemorrágico. Os fatores de risco são semelhantes aos do infarto do miocárdio: tabagismo, obesidade, sedentarismo, diabetes, hipertensão e colesterol elevado. Dessa forma, a adoção de hábitos saudáveis e controle de doenças metabólicas e cardiovasculares é essencial para prevenir esse mal. "E quando falamos de cuidado, é preciso reconhecer os principais sintomas do AVC para que o atendimento seja feito o mais rápido possível, uma vez que isso é decisivo para a boa recuperação do paciente", alerta o neurologista André Felício, de São Paulo. Se você ainda tem dúvidas sobre o que fazer quando se tem um derrame cerebral, confira:

Nem toda a pessoa vai "cair dura"

É muito comum acharmos que, em caso de derrame cerebral, a pessoa irá passar mal e desmaiar, devendo ser encaminhada para o hospital. Entretanto, os sintomas são muito mais sutis. "Dormência e fraqueza em uma metade do corpo, alteração da fala e desequilíbrio são alguns dos sintomas de AVC", explica a neurologista e neurofisiologista Adriana Ferreira Barros Areal, do Hospital Santa Luzia, em Brasília. É importante entender que o AVC se manifesta como uma perda neurológica súbita, ou seja, mudanças em seus movimentos, fala, visão ou qualquer outra coisa que funcionava de uma determinada maneira e parou de repente ou então você começou a fazer de outra maneira. É extremamente importante saber reconhecer o AVC o mais rápido possível, pois o tratamento precoce fará toda a diferente no futuro desse paciente. Confira alguns dos principais sintomas de AVC: 

- Diminuição ou perda súbita da força na face, braço ou perna de um lado do corpo;
- Sensação de formigamento na face, braço ou perna de um lado do corpo;
 
- Perda súbita de visão em um olho ou nos dois olhos; - Alteração aguda da fala, incluindo dificuldade para articular, expressar ou para compreender a linguagem;
 
- Dor de cabeça súbita e intensa sem causa aparente;
 
- Instabilidade, vertigem súbita intensa e desequilíbrio associado a náuseas ou vômitos. 

Não espere o pior passar

Outra mania muito perigosa - principalmente quando o assunto é derrame cerebral - é esperar a dor passar para, então, procurar um médico. No geral, pensamos que é melhor deixar a pessoa se estabilizar, para evitar qualquer sofrimento em uma viagem ao hospital ou socorro. Entretanto, na suspeita de um AVC, o ideal é encaminhar essa pessoa para o hospital o mais rápido possível. "É preciso entender que uma característica fundamental do AVC é a sua instalação súbita, e cada minuto perdido poderá fazer diferença lá na frente, na hora da recuperação, uma vez que quanto maior é o dano cerebral, maiores são as sequelas", lembra o neurologista André Felício, de São Paulo. Os danos de um AVC são consideravelmente maiores quando o atendimento demora mais de três horas para ser iniciado. Inclusive, no caso de AVC isquêmico, o médico pode dar ao paciente um medicamento antitrombótico chamado alteplase, que deve ser aplicado em até quatro horas e meia após o início dos sintomas. Esse medicamento diminui em 30% o risco de sequelas do AVC isquêmico e em 18% a mortalidade. 

 

Não dê AAS

Muito se fala também sobre ministrar uma pílula de AAS (ácido acetilsalicílico) quando uma pessoa está sofrendo um AVC, já que ela afinaria o sangue e impediria um novo êmbolo. Apesar de ser um raciocínio correto, ele só traria algum benefício para pessoas que sofreram um AVC isquêmico - e ainda sim não é nada muito expressivo. "Nos casos de AVC hemorrágico, o ácido acetilsalicílico pode piorar ainda mais o sangramento, agravando o quadro", explica a neurologista Adriana. E como não é possível saber qual tipo de derrame cerebral a pessoa está tendo sem avaliação médica, o conselho é não dar qualquer medicamento e encaminhá-la para o hospital.  

 

Não dê remédio para pressão

Aqui a lógica é a mesma do ácido acetilsalicílico: nenhum medicamento deve ser ministrado sem avaliação médica, ainda que o paciente seja hipertenso. Novamente, é impossível saber que tipo de AVC a pessoa está sofrendo e se o medicamento irá beneficiar ou não aquele quadro. "Nos casos em que o paciente tem hipertensão, a atenção com o rápido atendimento deve ser redobrada, e o controle do nível de pressão vai depender do tipo de AVC, do tratamento proposto e da história prévia da pessoa", explica a neurologista Adriana.

 

Se a pessoa tiver diabetes, verifique a glicemia

 Em pacientes do diabetes, explica a neurologista Adriana, a glicose muito alta ou muito baixa pode imitar os sintomas de AVC. "Portanto, a verificação da glicemia ajuda a distinguir um problema de outro", diz. Dessa forma, é importante fazer medição e, caso não seja o caso de uma alteração na glicemia, correr para receber o atendimento adequado.

Chamar a emergência ou correr para o hospital?

Se você estiver perto de um hospital ou pronto socorro de confiança e tem condições de ir ou levar o paciente para lá com rapidez, não há porque esperar a ambulância. "Entretanto, se você está longe de um pronto atendimento, não tem carro, a viagem até lá seria muito difícil ou você não está em condições de ir sozinho, não hesite em chamar a emergência, pois o tratamento pode iniciar já na ambulância", aconselha a neurologista Adriana. Além disso, o neurologista André Felício lembra que o ideal é dar preferência a hospitais que sabidamente tem um serviço dedicado ao tratamento agudo do AVC, que são aqueles capazes de realizar procedimentos neurológicos, como exames e cirurgias. 

 

É necessário procedimento cirúrgico?

Existem dois tipos de cirurgia que podem ser indicadas para o tratamento do AVC. Se o paciente tiver obstrução significativa das artérias carótidas no pescoço (caso de AVC isquêmico), pode precisar de uma endarterectomia de carótida. Durante esta operação, o cirurgião remove a formação de placas nas artérias carótidas para reduzir o risco de ataque isquêmico transitório (TIA) ou AVC. Os benefícios e os riscos desta cirurgia devem ser cuidadosamente avaliados, pois a cirurgia em si pode causar um AVC. Já para o AVC hemorrágico, o tratamento cirúrgico visa a retirar o sangue de dentro do cérebro. Em alguns casos, coloca-se um cateter para avaliar a pressão dentro do crânio, que aumenta por conta do inchaço do cérebro após o sangramento. O tratamento cirúrgico para o caso de AVC hemorrágico pode não ser realizado logo na entrada do paciente no hospital, principalmente porque alguns têm um novo sangramento poucas horas depois do primeiro. "Mas nem todo o paciente precisará desses procedimentos cirúrgicos para se recuperar de um derrame cerebral", diz a neurologista Adriana. "A indicação cirúrgica também depende da gravidade do quadro e da condição clinica do paciente, sendo avaliado caso a caso."  

 

Toda recuperação é igual?

Não, o andamento do paciente após um AVC pode variar muito. Tudo depende de fatores como extensão do AVC, local do cérebro onde ele aconteceu, demora no tratamento, idade, tipo de derrame, doenças relacionadas... Não há regra. "Cada caso evolui de um jeito", afirma Adriana Ferreira. "Todavia, quanto mais precoce e mais especializado o atendimento em geral os resultados são melhores."