quinta-feira, 19 de novembro de 2015

O papel da Terapia da Fala na Recuperação de AVC


O Papel da Terapia da Fala na Recuperação de AVC




O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte em Portugal, com consequências devastadoras para as vítimas e respectivos familiares. Entre os que sobrevivem ao AVC, uma média de dois terços ficará com sequelas que resultarão em algum tipo de deficiência. Contudo, com intervenção médica imediata e a ajuda de especialistas em reabilitação, muitas das vítimas de AVC poderão, ao longo do tempo, vir a reconquistar algumas das suas capacidades perdidas.


As dificuldades relacionadas com AVC mais comuns são aquelas que envolvem as capacidades de fala, linguagem e deglutição. Uma vez que o AVC pode afectar áreas diferentes do cérebro, os problemas que as pessoas podem sentir durante a recuperação poderão variar muito. Por exemplo, um AVC no lado esquerdo do cérebro poderá prejudicar a fala e linguagem, enquanto um AVC no lado direito poderá ter um impacto significativo nas funções cognitivas tais como o raciocínio, resolução de questões e recordações. Deste modo, qualquer pessoa que tenha sofrido um AVC deverá ser imediatamente avaliado por um especialista em Terapia da Fala.


Não serão a fala e a linguagem a mesma coisa?

A fala e a linguagem estão intimamente ligadas, mas são coisas diferentes. A fala é a produção dinâmica de sons vocais com o propósito de comunicar. A linguagem compreende a organização dos nossos pensamentos em palavras e frases para transmitir algo com significado. O AVC pode ter impacto tanto na fala como na linguagem, ou apenas num e não no outro.


Como é que os AVC afectam a deglutição?

Um AVC pode ter impacto em áreas do cérebro que controlam o movimento dos músculos da boca, a faringe (ou garganta), e na área laríngea (que inclui as cordas vocais). O AVC também pode enervar toda esta área, o que resultará numa perda de sensibilidade na garganta. Isto significa que as pessoas nem sempre estarão cientes do estado de fraqueza em que se encontram. Isto porque poderão ter problemas em engolir comida e líquidos, o que as coloca em risco de aspiração, o que significa que aquilo que estão a engolir poderá passar para os pulmões. Para os mais velhos, a aspiração poderá ser fatal, na medida em que poderá levar a uma pneumonia.


Qual o papel do profissional de Terapia da fala?

Normalmente, são chamados durante as primeiras 24 horas de internamento das vítimas de AVC. Durante a primeira avaliação clínica, são observados todos os processos de deglutição. É neste momento que se tenta determinar o quão eficazmente é que o paciente consegue mover a comida da boca para baixo, através da garganta. É aqui é que é avaliada a eficácia e segurança da deglutição do paciente. Ao observar todo o ciclo, o profissional de Terapia da Fala faz recomendações em termos de dieta, exercícios orais e estratégias compensatórias para tornar a deglutição mais segura. Por vezes, será recomendada uma videofluoroscopia para que se tenha uma ideia mais clara sobre se a comida percorrerá o seu caminho pelo esófago ou se irá até aos pulmões.


Como ajudar as pessoas cuja capacidade de comunicação foi afectada pelo AVC?

O profissional de Terapia da Fala começará por examinar todos os parâmetros de comunicação, incluindo a compreensão da linguagem e a capacidade da pessoa para encontrar as palavras certas para exprimir os seus pensamentos. Será também avaliada a qualidade da voz e a capacidade de articulação clara. Assim que as capacidades e áreas de dificuldade se encontrarem definidas, o profissional de Terapia da Fala poderá adoptar estratégias de tratamento para desenvolver os meios de comunicação. Aqui é importante que os pacientes que recuperam do AVC consigam comunicar adequadamente as suas necessidades. Por fim, para aqueles pacientes que perderam a sua capacidade de percepção do que lhes é dito, o profissional de Terapia da Fala começa por construir essa capacidade.


Quanto temo vai demorar a recuperar?

O tempo de recuperação é diferente, dependendo da localização e da severidade do AVC. A recuperação mais espontânea ocorre nos primeiros três a seis meses que se seguem ao AVC. Os profissionais de terapia da fala poderão ajudar os pacientes a tirar o maior partido possível da recuperação, ajudando-os também a desenvolver estratégias de compensação para as áreas em que ainda não recuperaram as suas capacidades em pleno.

Quanto mais desafiado e estimulado for o cérebro, mais provável é que se registrem melhorias ao longo do tempo. Isto significa que o sobrevivente de AVC deve continuar a falar mesmo que tal seja difícil. Devem também tentar ler e escrever, tentando aprender novas coisas. Para muitos dos pacientes mais velhos, tal pode mesmo significar aprender a utilizar um computador. Através da utilização contínua de cada modo diferente de comunicação afectado pelo AVC, muitas pessoas continuam a mellhorar ao longo do tempo. Algumas das recuperações são mesmo milagrosas!


Fonte: http://www.associacaoavc.pt/
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Viviane da Rosa
Socióloga
Secretaria da Assistência Social, Trabalho e Habitação de Santa Catarina

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